Paradoxo da servidão a Cristo: ser seu escravo sendo livre
"Liverdade”: amálgama de liberdade com verdade.
Onde? Como? Em Cristo!
Como ser livre sendo escravo?
Quando somos livres, temos liberdade para agir. Quando somos livres em Cristo, tornamo-nos livres da legalidade dos homens “religiosos” que impõem regras que Jesus não estabeleceu.
Você é livre para fazer aquilo que muitos consideram pecado, mas para Jesus não é haja vista ele não ter falado sobre aquilo.
O fato de Jesus não ter falado nada sobre determinado tema leva muitos intérpretes tendenciosos a colocar na boca de Deus palavra que ele não falou. Isso sim é pecado, um grande pecado.
Trata-se, portanto, de exegeses mal feitas porque não pautadas não verdade do Autor da palavra, mas naquilo que o intérprete entende em seu juízo arbitrário; não pautadas no texto bíblico original, mas em versões cujas traduções são errôneas, porque pautadas no entendimento errôneo sobre o que “achou” que Deus queria dizer (mas não disse) — o conceito “Traduttore, Traditore” (Tradutor, Traidor) se aplica nesse contexto.
Quando a pessoa se torna escrava de Cristo, ela deixa de ser escrava do mundo e passa a ser livre, livre para não fazer aquilo que sua própria mente condena ou que lhe causa algum mal-estar sem precisar que ninguém lhe diga que é erro ou pecado. A presença de Cristo em sua vida lhe dá a liberdade para entender se a sua ação é pecaminosa ou não (Rm 14:22; 1 Co 7:22; 1 Jo 3:21).
O cristão é escravo porque Cristo é Senhor, o seu Senhor a quem serve de coração em espírito e em verdade, desfrutando da verdadeira liberdade. Mas todos são livres para escolher a quem servir, se ao Senhor Jesus ou a outro senhor qualquer que não pode lhe oferecer a verdadeira liberdade, mas tão somente escravidão literal da mente e da alma que fica sob o jugo do engano, das imposições, da castração da mente, do legalismo religioso, de tudo sobre o que o próprio Deus não se pronunciou.
Lembrou, refletiu? Quem te condena: a tua mente ou a mente alheia?
Deus nos instrui a refletir se algo é vício ou necessidade. Deus nos dá o dom do discernimento espiritual para sabermos equilibrar e ponderar nossas ações mediante o domínio próprio sem darmos ocasião à carne que milita contra o espírito que pertence a Deus ( Gl 5:23). Isso conduz ao entendimento da liberdade cristã através da palavra.
Lendo diretamente de Deus: a liberdade cristã
“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Por isso, permaneçam firmes e não se submetam, de novo, a jugo de escravidão. Eu, Paulo, lhes digo que, se vocês se deixarem circuncidar, Cristo não terá valor nenhum para vocês. De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que o mesmo está obrigado a guardar toda a lei. Vocês que procuram justificar-se pela lei estão separados de Cristo; vocês caíram da graça de Deus. Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor. Vocês vinham correndo bem! Quem foi que os impediu de continuar a obedecer à verdade? Esta persuasão não vem daquele que os chamou. Um pouco de fermento leveda toda a massa. Tenho confiança no Senhor de que vocês não mudarão a sua forma de pensar. Mas aquele que está perturbando vocês, seja ele quem for, sofrerá a condenação. Mas, irmãos, se ainda prego a circuncisão, por que continuo sendo perseguido? Nesse caso, estaria desfeito o escândalo da cruz. Quem dera até se mutilassem aqueles que estão perturbando vocês. Porque vocês, irmãos, foram chamados à liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à carne; pelo contrário, sejam servos uns dos outros, pelo amor” (Gl 5:1-13).
“E ordenou-lhes, dizendo: Olhai, guardai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes” (Mc 8:15).
Logo, não tenha medo das vozes humanas que de Deus nada sabem e nada entendem, mas ouça a voz do Mestre, do Senhor, de Deus:
“Não temas, crê somente” (Mc 5:36).
Monica Campello
Enviado por Monica Campello em 09/09/2020
Alterado em 09/09/2020